Máquina de bater mariscos — Foto: Maurício Camargo
Um projeto do Instituto Federal de Ciência de Tecnologia (IFPB), Campus João Pessoa, tem levado uma solução tecnológica, de baixo custo, para uma comunidade de marisqueiras e pescadores do Renascer, em Cabedelo.
No dia 12 deste mês, o protótipo de uma peneira automatizada, que serve para a separação da carne do marisco, foi apresentado a membros da comunidade durante a realização da primeira oficina. Para o professor Maurício Camargo, que coordena a pesquisa, “a oficina foi muito positiva, tendo em vista que foi possível realizar uma integração de saberes entre a comunidade de marisqueiras e pescadores, com os alunos e professores proponentes do projeto”.
Máquina de bater mariscos — Foto: Maurício Camargo
Maria José, marisqueira que está na profissão há mais de 15 anos, tem sérios problemas de saúde devido ao intenso esforço físico exigido pelo seu trabalho. Para ela, a máquina de bater mariscos é “um sonho realizado”, principalmente para sua saúde física, “esse projeto reduz esforço físico e tempo, o que é bom para as mulheres que têm serviço e criança em casa”.
A peneira automatizada também prevê a diminuição das possibilidades de contaminação cruzada do produto, eliminando os riscos de segurança alimentar. Os pescadores e marisqueiros não precisarão pagar pelo produto, “eles sempre deixaram bem claro que essa máquina não terá custo para nós, simplesmente é para ajudar os pescadores nas condições de humanização e meio ambiente”, relatou Maria José.
A máquina está passando por alguns ajustes e em breve estará em funcionamento. Segundo Maria José, seu faturamento provavelmente será aumentado pela tecnologia, “é de onde eu tiro meu sustento e de meus filhos”.
O Projeto 4.0 prevê, ainda, a criação de um protótipo que utilize os grandes volumes de resíduo sólido que constituem as conchas do marisco, para aplicações na construção civil e na indústria, gerando assim uma nova alternativa de renda para a comunidade pesqueira, além de diminuir os impactos ambientais nas margens do rio e áreas de manguezal do estuário do rio Paraíba. Além disso, a equipe ainda deve apresentar à comunidade do Renascer um protótipos de Biodigestor automatizado para produção de biogás, utilizando o resíduo líquido do marisco.
Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores, o projeto é coordenado pelo professor Maurício Camargo Zorro, do IFPB campus João Pessoa.
Confira a matéria original no site do G1.